Com pandemia, RS registra menor diferença entre nascimentos e mortes da série histórica

Citation:
GONZATTO M, Dagnino R. Com pandemia, RS registra menor diferença entre nascimentos e mortes da série histórica. Gaúcha ZH (Zero Hora). 2021. copy at www.tinyurl.com/2zrmxfdf

Issue Date:

02/09/2021

Disponível 

Para Download:

https://professor.ufrgs.br/dagnino/files/com_pandemia_rs_registra_menor_diferenca_entre_nascimentos_gzh_2021.pdf

Para Consulta:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2021/09/com-pandemia-rs-registra-menor-diferenca-entre-nascimentos-e-mortes-da-serie-historica-ckt3et37n00am013b77q7ox1s.html

Republicado no site da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG-BR):

https://www.anoreg.org.br/site/gauchazh-com-pandemia-rs-registra-menor-diferenca-entre-nascimentos-e-mortes-da-serie-historica/

Trechos:

O trabalho atual do DEE conclui, ainda, que a atual tendência demográfica resultaria em uma reversão na expansão populacional gaúcha a partir de 2035, quando o Estado somaria cerca de 11,7 milhões de pessoas.

A partir desse período, o número de habitantes passaria a encolher e voltaria a ficar abaixo de 11 milhões por volta de 2060. O demógrafo, geógrafo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no campus do Litoral Norte Ricardo de Sampaio Dagnino observa que o baixo crescimento vegetativo gaúcho não é compensado por migrações.

— Outros Estados compensam o pequeno crescimento vegetativo com migração, como se espera que ocorra em sociedades mais desenvolvidas. Mas, historicamente, o Rio Grande do Sul costuma mandar mais gente para fora. Isso ocorre desde que, por não ter feito reforma agrária, um contingente grande de gente foi buscar terras em outros lugares do Brasil e até no Paraguai — analisa Dagnino.

[...]

A análise das estimativas populacionais calculadas para cada um dos municípios gaúchos indica uma tendência de perda de população em cidades localizadas no Oeste do Estado, e uma concentração do crescimento em zonas mais a Leste, como o Litoral Norte e a Serra.

No Oeste e no Sul, a tendência verificada entre 2010 e o ano passado é principalmente de redução no número de moradores. Na área correspondente ao Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) da Fronteira Oeste, por exemplo, houve uma perda estimada de 6% da população. Na Campanha, de 0,6%. As Missões permaneceram em situação de estagnação, com crescimento de apenas 0,28%.

Em comparação, o Litoral cresceu 18,9%, o Vale do Taquari, 13,9%, o Corede das Hortênsias, 13,4%, e a Serra, 10,1%. Para o demógrafo e geógrafo da UFRGS Ricardo de Sampaio Dagnino, a atração de novos moradores para determinadas regiões, principalmente de faixas etárias mais jovens, pode indicar pontos onde a economia está mais aquecida.

— Municípios do Oeste e do Sul, que vêm perdendo população, têm estruturas agrárias de muita concentração, o que é um motor para a expulsão de pessoas — interpreta Dagnino.

Dois municípios litorâneos – Capão da Canoa e Tramandaí – reúnem ainda os dois maiores percentuais de moradores jovens abaixo de 14 anos, com 24% e 22,8%, respectivamente.

O demógrafo lembra que os dados são projeções baseadas em estimativas populacionais feitas a partir do Censo de 2010 – o último realizado. Outro deveria ter sido feito em 2020, mas acabou suspenso em razão da pandemia e das dificuldades econômicas do país. Uma nova contagem poderá apontar novas tendências que tenham ocorrido desde o censo anterior e não tenham sido contempladas nas projeções.