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O dramaturgo (tradução: Denise Sales)

No consultório médico entra uma pessoa pálida, de olhar baço e fisionomia abatida. Julgando pelas medidas do nariz e pela sombria e melancólica expressão do rosto, não seriam estranhas a essa pessoa as bebidas alcoólicas, o resfriado crônico e a filosofia.

A pessoa se senta na cadeira e se queixa de falta de ar, queimação, melancolia e gosto ruim na boca.     

– Qual é a sua profissão? – pergunta o médico.

– Eu sou dramaturgo! – informa a pessoa, não sem orgulho.