O avanço na forma de coleta de dados populacionais a partir da geolocalização dos domicílios e a disseminação de dados em escalas cada vez maiores possibilitam a realização de análises espaciais e demográficas mais detalhadas e complexas. Ao mesmo tempo, à medida que aumenta a possibilidade de espacializar dados demográficos percebe-se uma atenção aos desafios da Big Data na demografia e as formas de visualização de dados começam a ganhar destaque. Este artigo visa refletir sobre as potencialidades de distintas formas de representar e de analisar espacialmente o fenômeno da migração/mobilidade com base em grandes volumes dedados, testando duas técnicas de análise e visualização de dados que vem sendo utilizadas em estudos de migração e mobilidade: diagrama de cordas (circos) e redes. Também realiza um levantamento de artigos publicados sobre migração nos últimos anos na Revista Brasileira de Estudos de População buscando analisara forma como as informações sobre os movimentos espaciais foram utilizados, avaliando o modo como as matrizes migratórias foram utilizadas.Argumenta-se que conforme se avança em direção ao Big Data, se avança na resolução espacial e, consequentemente, menos adequadas/eficientes fica a convencional matriz migratória e, até mesmo, os mapas.
Esse trabalho apresenta uma discussão metodológica de como apreender a heterogeneidade do rural paulista a partir da integração de dados dos Censos Agropecuário e Demográfico. O objetivo é explorar técnicas de análise multivariada e espacial que auxiliem na apreensão do rural como construção socioespacial, estruturado por fluxos que extrapolam a produção estritamente agropecuária e remetem a diferentes dinâmicas de redistribuição de população. O artigo está dividido em cinco partes principais. Na introdução, é explicitado a perspectiva teórica do trabalho. Em seguida, apresentam-se as variáveis utilizadas, o tratamento dado aos casos perdidos, avaliação das distribuições e correlações. Na terceira parte, recorre-se à análise fatorial como de reduzir o conjunto de indicadores iniciais em constructos fracamente correlacionados. No item quatro, os fatores criados são submetidos a uma análise classificatória de cluster que, na quinta e última parte, é interpretada espacialmente. A título de considerações finais, é reiterada a multiplicidade de formas com que o rural regional se conecta ao urbano local, de modo a reforçar a centralidade dos processos históricos na articulação de diferentes espaços rurais.
No artigo, são analisados e comparados os sistemas nacionais de países da Pan-Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela) com foco em: a) tratamento dado a presença de populações tradicionais, indígenas ou não, em unidades de conservação (OIT, 1989); b) estimativas da população em tais áreas; e c) avaliação das fontes e tipos de dados disponíveis para estudos de população.