Eco-solidariedade: uma abordagem conjuntiva entre Ecologia e Economia Solidária

Citation:
Dagnino R, Dagnino R. Eco-solidariedade: uma abordagem conjuntiva entre Ecologia e Economia Solidária.; 2006. copy at www.tinyurl.com/y26onlm3

Abstract:

Este trabalho é fruto de uma velha preocupação comum acerca de temas pertencentes aos domínios ainda pouco relacionados - da Ecologia, da Economia e da Economia Solidária - que aparecem, misturados ou fundidos, no termo Eco-solidariedade. Nosso objetivo é contribuir para que esses domínios, que nos parecem estreitamente relacionados no campo ideológico (entendido como o campo referido às visões de futuro desejado), possam ser abordados, no plano analítico-conceitual, de forma conjuntiva. Desse modo, pretendemos colaborar na elaboração de políticas que visem ao tratamento integrado dos problemas que eles contêm. Num tom coloquial e franco, que é o que usamos neste trabalho, essa preocupação poderia ser sintetizada em duas perguntas. De que serve a abordagem da Economia Solidária alcançar seu objetivo de inclusão social, geração de emprego e renda, enfim, melhorias na qualidade de vida do povo se, ao mesmo tempo, a pressão das formas de produção e consumo convencionais sobre o ambiente torna a vida daqueles seres humanos, agora “socialmente integrados”, inviável? E, de que adianta a Ecologia materializar o sonho de um ambiente sustentável se, no seu interior, seres humanos continuarem sendo condenados a uma existência sub-humana? O trabalho se inicia com uma incursão semântica cujo objetivo é precisar conceitos como os de Economia, Ecologia e Solidariedade. Se a Economia pode ser entendida como a ciência de planejar a casa ou a Terra (oikos) que a Ecologia estuda, pensamos que um planejamento que possa garantir a sustentabilidade da relação homem-natureza deve incorporar ao seu escopo a solidariedade. Ao fim procuramos apontar algumas saídas para a crise enfrentada, dentre elas a conjunção dos saberes e a busca pela eco-solidariedade.

Referências
ALVES, Rubem. 2002. Livro sem fim. São Paulo: Ed. Loyola.
ALVES, Rubem. 2006. Sobre vacas, bernes e política. Folha de São Paulo, 30/05/2006.
HERRERA, Amilcar. 2000. Futuro: cenários e desafios. In: DAGNINO, Renato (org.). Amilcar Herrera: um Intelectual Latino-Americano. Campinas: UNICAMP/IG/DPCT.
HERRERA, Amilcar. 1982. A Grande Jornada. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
HERRERA, Amilcar; CORONA, Leonel; DAGNINO, Renato; FURTADO, André; GALLOPÍN, Gilberto; GUTMAN, Pablo; VESSURI, Hebe. 1994. Las nuevas tecnologías y el futuro de América Altina: riesgo y oportunidad. México: Siglo XXI/Editorial de la Universidad de las Naciones Unidas.
KOSKO, Bart. Fuzzy thinking: the new science of fuzzy logic. London: Flamingo, 1994. 318p.
LATOUR, Bruno. Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia. Bauru, Edusc, 2004.
LEMINSKI, Paulo. 1991. La vie en close. São Paulo: Ed. Brasiliense.
LIEBMANN, Hans. Terra: Um planeta inabitável? Da antiguidade até os nossos dias, toda a trajetória poluidora da humanidade. São Paulo: Melhoramentos/Ed. USP, 1976.
LOVELOCK, James. Gaia: um novo olhar sobre a vida na Terra. Rio de Janeiro: Edições 70, 1989.
MARÍ, Eduardo. 2000. El ciclo de la Tierra: minerales, materiales, reciclado, contaminación ambiental. Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica.
ONLINE ETYMOLOGY DICTIONAIRE, disponível em: http://www.etymonline.com/
ROSNAY, Joel de. Le Macroscope: vers une vision globale. Paris, Ed. du Seuil, 1975. Disponivel em http://pespmc1.vub.ac.be/MACRBOOK.html