Levy, L.
1999.
{Sujeito e Representação: o Conceito Cartesiano de idéia}. Verdade, Conhecimento e Ação. Ensaios em Homenagem a Guido Antônio de Almeida e Raul Landim Filho. (
Marques, Edgar, et Alii, Eds.).:233–246., Sao Paulo: Edições Loyola
AbstractEste texto aborda o conceito cartesiano de ideias, examinando se esse conceito implica (a) que a ideia é o objeto imediato da percepção, (b) que a ideia é a percepção imediata do objeto, ou (c) ambos. Em outras palavras, de acordo com a teoria cartesiana, o sujeito percebe imediatamente suas ideias e/ou as coisas representadas por elas? Os textos cartesianos apoiam ambas as teses. Esta não é uma discussão nova, ela revisita uma das principais questões que a teoria cartesiana trouxe para o debate filosófico sobre o problema do conhecimento no século XVII e mesmo no século seguinte, um legado que ainda ressoa hoje em comentários e estudos sobre essas teorias. Argumento que a resposta é a seguinte: Uma vez estabelecida a regra geral da clareza e distinção, pode-se afirmar que o sujeito percebe as coisas representadas pelas ideias que são objeto de juízos verdadeiros. Essa afirmação não exclui a tese de que o sujeito percebe as próprias ideias; esse é o significado do conceito cartesiano de consciência. O conceito cartesiano de ideia deve ser entendido como designando tanto a coisa que é imediatamente percebida quanto, em certos casos, a percepção imediata dessa coisa.