enactivism

Carvalho, E. M. (2024).  Uma abordagem enativa do papel de justificação da experiência perceptiva. Filosofia na UFRGS. , Pelotas: UFPeL Abstract

O debate acerca de qual é a natureza do conteúdo da experiência perceptiva ganhou novos contornos nas últimas décadas ao se introduzir a questão de se este conteúdo é conceitual ou não conceitual. Essa questão metafísica acerca da natureza da percepção é geralmente pressionada por uma outra de índole epistêmica: como a experiência perceptiva pode justificar crenças acerca do nosso entorno? John McDowell sustenta que, se a experiência já não tem um conteúdo conceitual de modo a apresentar o mundo como sendo de uma determinada maneira, acarretando assim um elo comum entre percepção e pensamento, então é difícil ver como a experiência poderia justificar uma crença, especialmente se entendemos a justificação em termos internalistas, como faz McDowell. Contrapondo-se a essa posição, Athanassios Raftopoulos alega que se a experiência perceptiva envolve conceitos intrinsecamente e, portanto, é penetrada cognitivamente, então a experiência não é independente das nossas crenças de fundo e, desse modo, não pode funcionar como um tribunal neutro de justificação, pois o apoio evidencial fornecido pela experiência é circular e epistemologicamente viciado. Neste texto, eu defendo uma explicação de como a experiência perceptiva mantém uma relação racional com o pensamento empírico. Na primeira parte, vou elaborar duas teses que são centrais para explicar o papel de justificação da experiência perceptiva segundo uma perspectiva minimamente internalista, a saber, a tese do conteúdo comum entre a percepção e a crença e a tese da independência da percepção em relação à crença. Indicarei as dificuldades que estão envolvidas na tentativa de conciliar essas teses. A primeira parece requerer o conceitualismo de conteúdo, enquanto a segunda parece implicar sua rejeição. Apesar de declarações em contrário, eu argumento que McDowell falha em fazer justiça à segunda tese em Mind and World. Na segunda parte, apoiado na teoria enativa da percepção, de Alva Noë, defendo uma leitura menos intelectualista da primeira tese, descomprometida com o conceitualismo de conteúdo, e mostro como ela pode ser conciliada com a segunda. Finalmente, explico como atos perceptivos que nos dão acesso direto a objetos podem coagir racionalmente o pensamento empírico acerca do mundo circundante. Essa explicação pretende fazer justiça a um internalismo que qualifico como mínimo.

Habit and Knowing how within ecological psycholgy and enactivism (PPGFIL/UFRGS)

Semester: 
Spring
Offered: 
2021

In this course, we will study how habit and knowing-how can be articulated within ecological psychology and enactivism and provide a robust conceptual tool to explain skillful actions.

Carvalho, E. M. (2021).  The shared know-how in Linguistic Bodies. Revista Filosofia Unisinos. 22(1), 94-101. AbstractWebsite

The authors of Linguistic Bodies appeal to shared know-how to explain the social and participatory interactions upon which linguistic skills and agency rest. However, some issues lurk around the notion of shared know-how and require attention and clarification. In particular, one issue concerns the agent behind the shared know-how, a second one concerns whether shared know-how can be reducible to individual know-how or not. In this paper, I sustain that there is no single answer to the first issue; depending on the case, shared know-how can belong to the participants of a social activity or to the system the participants bring forth together. In relation to the second issue, I sustain, following the authors, a non-reductive account of shared know-how. I also suggest that responsiveness to others, which is a fundamental element of shared know-how, can be extended by perceptual learning.

Paper published in Frontiers Psychology

Paper published in Frontiers Psychology

Giovanni Rolla and I have just published a paper in Frontiers Psychology: An Enactive-Ecological Approach to Information and Uncertainty #openaccess Available here and here.

Carvalho, E. M., & Rolla G. (2020).  O Desafio da Integração Explanatória para o Enativismo. Prometheus. 33, 161-181. AbstractWebsite

Enativismo é a família de teorias que interpretam a ação como constitutiva da cognição e que rejeitam a necessidade de postular representações para explicar todas as atividades cognitivas. O reconhecimento de um modo biologicamente básico e não representacional de cognição, no entanto, levanta a questão sobre como explicar atos cognitivos superiores ou complexos, o que chamamos de desafio de integração explanatória. Neste artigo, examinamos criticamente algumas tentativas de atender a esse desafio através do escalonamento ascendente (scale up) da cognição básica e do escalonamento descendente (scale down) da cognição complexa dentro do programa de pesquisa enativista.

Carvalho, E. M., & Rolla G. (2020).  An enactive-ecological approach to information and uncertainty. Frontiers in Psychology. 11, 1-11. AbstractFrontiers in Psychology

Information is a central notion for cognitive sciences and neurosciences, but there is no agreement on what it means for a cognitive system to acquire information about its surroundings. In this paper, we approximate three influential views on information: the one at play in ecological psychology, which is sometimes called information for action; the notion of information as covariance as developed by some enactivists, and the idea of information as minimization of uncertainty as presented by Shannon. Our main thesis is that information for action can be construed as covariant information, and that learning to perceive covariant information is a matter of minimizing uncertainty through skilled performance. We argue that the agent’s cognitive system conveys information for acting in an environment by minimizing uncertainty about how to achieve her intended goals in that environment. We conclude by reviewing empirical findings that support our view and by showing how direct learning, seen as instance of ecological rationality at work, is how mere possibilities for action are turned into embodied know-how. Finally, we indicate the affinity between direct learning and sense-making activity.