O capítulo pretende apresentar a primeira parte de uma análise da teoria cartesiana da percepção sensível na Dióptrica, inserindo-as, tanto quanto possível, no contexto do debate sobre esses temas em na primeira metade do século XVII. Neste texto, ressalto os pontos de contato entre essa teoria e a ótica de Kepler, cuja influência na dióptrica cartesiana é manifesta, mas também em que sentindo ela propicia uma resposta à ótica de Christoph Scheiner, matemático jesuíta que promove uma reforma na concepção tomista da percepção sensível para acomodar as teses da ótica de Kepler, sem, todavia, abandonar os conceitos de similitude e de species.